sábado, 26 de maio de 2012
Nelson Jobim desmente a parceria Veja-Gilmar Mendes
Hoje a revista Veja inventou uma estória, supostamente contada por
Gilmar Mendes. Para a revista seria a palavra de Gilmar contra a palavra
de Lula. Mas tinha uma testemunha, que desmentiu a revista e Gilmar
Mendes, o ex-ministro e também ex-presidente do STF, Nélson Jobim.
Note-se que Jobim não é petista, muito pelo contrário. Filiado ao PMDB, tem muita proximidade com o alto tucanato, sobretudo com FHC e Serra. Além disso, já apoiou Gilmar Mendes em outros episódios.
O desmentido também veio de um veículo insuspeito de ser "petista" ou "lulista", o Estadão, que, pelo menos, deu-se ao trabalho de fazer jornalismo, e ouvir e publicar, sem truques, o testemunho de quem presenciou.
Eis o que publicou o Estadão (grifos meus):
Jobim nega pressão de Lula sobre STF para adiar julgamento do mensalão
O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim negou hoje que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha pressionado o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a adiar o julgamento do mensalão, usando como moeda de troca a CPI do Cachoeira.
Reportagem da revista Veja publicada neste sábado relata um encontro de Lula com Gilmar no escritório de advocacia de Jobim, em Brasília, no qual o ex-presidente teria dito que o julgamento em 2012 é "inconveniente" e oferecido ao ministro proteção na CPI, de maioria governista. Gilmar tem relações estreitas com o senador Demóstenes Torres (sem partido, GO), acusado de envolvimento com a quadrilha do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
"O quê? De forma nenhuma, não se falou nada disso", reagiu Jobim, questionado pelo Estado. "O Lula fez uma visita para mim, o Gilmar estava lá. Não houve conversa sobre o mensalão", reiterou.
Segundo a revista, Gilmar confirmou o teor dos diálogos e se disse "perplexo" com as "insinuações" do ex-presidente. Lula teria perguntado a ele sobre uma viagem a Berlim, aludindo a boatos sobre um encontro do ministro do STF com Demóstenes da capital alemã, supostamente pago por Cachoeira.
Ele teria manifestado preocupação com o ministro Ricardo Lewandowski, que deve encerrar o voto revisor do mensalão em junho; e adiantado que acionaria o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência, Sepúlveda Pertence, ligado à ministra do STF Carmen Lúcia, para que ala apoiasse a estratégia de adiar o julgamento para 2013.
Jobim disse, sem entrar em detalhes, que na conversa foram tratadas apenas questões "genéricas", "institucionais". E que em nenhum momento Gilmar e o ex-presidente estiveram sozinhos ou falaram na cozinha do escritório, como relatou Veja. "Tomamos um café na minha sala. O tempo todo foi dentro da minha sala, o Lula saiu antes, durante todo o tempo nós ficamos juntos", assegurou.
Questionado se o ministro do STF mentiu sobre a conversa, Jobim respondeu: "Não poderia emitir juízo sobre o que o Gilmar fez ou deixou de fazer".
Procurado pelo Estado, Pertence negou ter sido acionado para que intercedesse junto a Carmen Lúcia: "Não fui procurado e não creio que o ex-presidente Lula pretendesse falar alguma coisa comigo a esse respeito".
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Em tempo: Lula não atendeu a revista Veja e não deu a menor importância para o que a revista (que era abastecida pelo bicheiro Cachoeira), publicou. Sua assessoria disse que nem comentaria.
Pouco antes das eleições de 2006, a revista Veja chegou a publicar contas falsas no exterior atribuídas a Lula. Sem qualquer confirmação, nem mesmo da fonte do boato (Daniel Dantas), que desmentiu.
Note-se que Jobim não é petista, muito pelo contrário. Filiado ao PMDB, tem muita proximidade com o alto tucanato, sobretudo com FHC e Serra. Além disso, já apoiou Gilmar Mendes em outros episódios.
O desmentido também veio de um veículo insuspeito de ser "petista" ou "lulista", o Estadão, que, pelo menos, deu-se ao trabalho de fazer jornalismo, e ouvir e publicar, sem truques, o testemunho de quem presenciou.
Eis o que publicou o Estadão (grifos meus):
Jobim nega pressão de Lula sobre STF para adiar julgamento do mensalão
O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim negou hoje que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha pressionado o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a adiar o julgamento do mensalão, usando como moeda de troca a CPI do Cachoeira.
Reportagem da revista Veja publicada neste sábado relata um encontro de Lula com Gilmar no escritório de advocacia de Jobim, em Brasília, no qual o ex-presidente teria dito que o julgamento em 2012 é "inconveniente" e oferecido ao ministro proteção na CPI, de maioria governista. Gilmar tem relações estreitas com o senador Demóstenes Torres (sem partido, GO), acusado de envolvimento com a quadrilha do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
"O quê? De forma nenhuma, não se falou nada disso", reagiu Jobim, questionado pelo Estado. "O Lula fez uma visita para mim, o Gilmar estava lá. Não houve conversa sobre o mensalão", reiterou.
Segundo a revista, Gilmar confirmou o teor dos diálogos e se disse "perplexo" com as "insinuações" do ex-presidente. Lula teria perguntado a ele sobre uma viagem a Berlim, aludindo a boatos sobre um encontro do ministro do STF com Demóstenes da capital alemã, supostamente pago por Cachoeira.
Ele teria manifestado preocupação com o ministro Ricardo Lewandowski, que deve encerrar o voto revisor do mensalão em junho; e adiantado que acionaria o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência, Sepúlveda Pertence, ligado à ministra do STF Carmen Lúcia, para que ala apoiasse a estratégia de adiar o julgamento para 2013.
Jobim disse, sem entrar em detalhes, que na conversa foram tratadas apenas questões "genéricas", "institucionais". E que em nenhum momento Gilmar e o ex-presidente estiveram sozinhos ou falaram na cozinha do escritório, como relatou Veja. "Tomamos um café na minha sala. O tempo todo foi dentro da minha sala, o Lula saiu antes, durante todo o tempo nós ficamos juntos", assegurou.
Questionado se o ministro do STF mentiu sobre a conversa, Jobim respondeu: "Não poderia emitir juízo sobre o que o Gilmar fez ou deixou de fazer".
Procurado pelo Estado, Pertence negou ter sido acionado para que intercedesse junto a Carmen Lúcia: "Não fui procurado e não creio que o ex-presidente Lula pretendesse falar alguma coisa comigo a esse respeito".
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Em tempo: Lula não atendeu a revista Veja e não deu a menor importância para o que a revista (que era abastecida pelo bicheiro Cachoeira), publicou. Sua assessoria disse que nem comentaria.
Pouco antes das eleições de 2006, a revista Veja chegou a publicar contas falsas no exterior atribuídas a Lula. Sem qualquer confirmação, nem mesmo da fonte do boato (Daniel Dantas), que desmentiu.
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