Posted: 28 Apr 2012 04:35 PM PDT
Neste
final de semana, a Veja socorreu-se do senador Álvaro Dias (PSDB-PR),
para quem o “discurso anti-imprensa” teria perdido força com o
vazamento do inquérito da operação Monte Carlo, que é quase comemorado
pela publicação. Revista seleciona um trecho de uma conversa que
supostamente a favoreceria e omite vários outros onde Carlinos Cachoeira
parece ter uma insólita influência dentro da redação. As duas últimas
capas da publicação, sobre homens altos e mulheres executivas, expõem
desconforto editorial com o caso.
- por Marco Aurélio Weissheimer, na Agência Carta Maior
A
revista Veja não consegue esconder seu desconforto, com a profusão e a
natureza das citações que vem recebendo nas conversas interceptadas
pela polícia com autorização judicial no curso das investigações
lideradas pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira. As conversas e as citações
indicam que Cachoeira parecia ter uma insólita influência dentro da
redação da revista.
As duas últimas capas da publicação materializam o desconforto: na semana passada, uma antológica “reportagem” sobre as virtudes de ser alto; nesta, outra capa morna com as “lições das chefonas”, um perfil sobre executivas de grandes empresas. Na parte superior da capa, uma pequena chamada, em tom ameaçador, diz que Cachoeira pode “contar tudo o que sabe”. Em outros tempos (recentes), esta seria o destaque de capa. Por alguma razão não é, assim como não foi na semana anterior.
“Vamo detona aquele trem na Veja”, “vou dar (um documento) pro Policarpo. Policarpo vai detonar aquela associação, entendeu (...) Na quarta-feira conforme for a gente senta com o Policarpo”. Esses são trechos de uma conversa travada no dia 6 de junho de 2011, entre Carlinhos Cachoeira e um a pessoa ligada a ele chamada Claudio. “Policarpo” seria Policarpo Júnior, editor chefe da revista Veja em Brasília. Há vários trechos de conversas onde Carlinhos Cachoeira ou pessoas próximas a ele afirmam ter influência direta na definição de pautas da publicação da editora Abril.
Neste final de semana, a Veja socorreu-se do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), para quem o “discurso anti-imprensa” teria perdido força com o vazamento do inquérito da operação Monte Carlo (publicado pelo site Brasil 247). “O vazamento do inquérito da operação Monte Carlo comprova que o suposto conluio entre a imprensa e a quadrilha do contraventor Carlinhos Cachoeira nunca passou de uma invenção de grupos hostis à liberdade de expressão – o que inclui setores do PT e seus aliados. A íntegra das investigações reforça o óbvio: o jornalismo investigativo cumpriu o seu papel sem se sujeitar à máfia”, diz a revista quase que comemorando o vazamento.
A interpretação da Veja é um tanto fantasiosa e agarra-se fundamentalmente a um dos trechos interceptados pela Polícia Federal, onde o senador Demóstenes Torres diz a Cachoeira que tentará “esvaziar os efeitos de uma reportagem de Veja sobre a empresa Delta, publicada há cerca de um ano”. As demais (e numerosas) referências à revista e a Policarpo são simplesmente ignoradas. Álvaro Dias diz que o “discurso anti-imprensa” perdeu força e não se fala mais no assunto. Essa é a ideia apresentada pelo site da revista neste sábado.
O “discurso anti-imprensa” ao qual Veja se refere resume-se na verdade à ela própria e ao suposto envolvimento de funcionários da empresa com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. O restante da chamada “grande imprensa” até aqui mantém ruidoso silêncio sobre o caso.
As duas últimas capas da publicação materializam o desconforto: na semana passada, uma antológica “reportagem” sobre as virtudes de ser alto; nesta, outra capa morna com as “lições das chefonas”, um perfil sobre executivas de grandes empresas. Na parte superior da capa, uma pequena chamada, em tom ameaçador, diz que Cachoeira pode “contar tudo o que sabe”. Em outros tempos (recentes), esta seria o destaque de capa. Por alguma razão não é, assim como não foi na semana anterior.
“Vamo detona aquele trem na Veja”, “vou dar (um documento) pro Policarpo. Policarpo vai detonar aquela associação, entendeu (...) Na quarta-feira conforme for a gente senta com o Policarpo”. Esses são trechos de uma conversa travada no dia 6 de junho de 2011, entre Carlinhos Cachoeira e um a pessoa ligada a ele chamada Claudio. “Policarpo” seria Policarpo Júnior, editor chefe da revista Veja em Brasília. Há vários trechos de conversas onde Carlinhos Cachoeira ou pessoas próximas a ele afirmam ter influência direta na definição de pautas da publicação da editora Abril.
Neste final de semana, a Veja socorreu-se do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), para quem o “discurso anti-imprensa” teria perdido força com o vazamento do inquérito da operação Monte Carlo (publicado pelo site Brasil 247). “O vazamento do inquérito da operação Monte Carlo comprova que o suposto conluio entre a imprensa e a quadrilha do contraventor Carlinhos Cachoeira nunca passou de uma invenção de grupos hostis à liberdade de expressão – o que inclui setores do PT e seus aliados. A íntegra das investigações reforça o óbvio: o jornalismo investigativo cumpriu o seu papel sem se sujeitar à máfia”, diz a revista quase que comemorando o vazamento.
A interpretação da Veja é um tanto fantasiosa e agarra-se fundamentalmente a um dos trechos interceptados pela Polícia Federal, onde o senador Demóstenes Torres diz a Cachoeira que tentará “esvaziar os efeitos de uma reportagem de Veja sobre a empresa Delta, publicada há cerca de um ano”. As demais (e numerosas) referências à revista e a Policarpo são simplesmente ignoradas. Álvaro Dias diz que o “discurso anti-imprensa” perdeu força e não se fala mais no assunto. Essa é a ideia apresentada pelo site da revista neste sábado.
O “discurso anti-imprensa” ao qual Veja se refere resume-se na verdade à ela própria e ao suposto envolvimento de funcionários da empresa com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. O restante da chamada “grande imprensa” até aqui mantém ruidoso silêncio sobre o caso.
Postado por André Lux
SARAIVA 13
|
- Veja tenta se defender atacando "discurso anti-imprensa"
- Não se engane: A capa da Veja trás quatro mulheres chefonas e não três
- Sem Civita e Marinho CPI será uma farsa
- Tuitaço hoje 18h - #VejaGolpista e #PolicarpoNaCPI
- Profunda Reflexão
- Charge Online do Bessinha: Lama de cachoeira...
- Demóstenes combina ‘bater’ em Gurgel, um ‘sem vergonha’
- Mídia tenta abortar CPI da mídia
- Censo IBGE: Cearenses lideram ranking dos que retornam para casa
- Resta à Veja fazer de Policarpo o seu bode expiatório
- O homem de Cachoeira na Justiça
- Com Veja, Cachoeira quis pôr fogo na República
- Gilmar Mendes na cachoeira: Demóstenes 'trabalhou' com Gilmar Mendes por ação da Celg, diz PF
- Ferro, criador da palavra PIG, sobre Civita: "Já se foi longe demais para não convocar”
- Mídia tenta abortar CPI da mídia
- Os subservientes bobos da corte
- Eu penso, tu pensas e eles pensam que pensam.
- Opinião pública, o que é?
- Jornalismo e cumplicidade não são o mesmo
- Como o jn trabalha com os detritos sólidos
- "Personal araponga" emerge da cachoeira
- Íntegra do inquérito do STF contra Demóstenes
- Inquérito da PF cai na internet e comprova: Veja se imiscuiu com Cachoeira
- 'Game over' para a Veja: Cachoeira dava ordens na revista
Nenhum comentário:
Postar um comentário