Íntegra do inquérito do STF contra Demóstenes
Exclusivo: 247 publica
documento encaminhado na tarde desta sexta 27 pelo ministro Ricardo
Lewandowski à CPI do Cachoeira e ao Conselho de Ética do Senado; segredo
de justiça que agora não é mais; diálogos em profusão; confira
247 com Agência Brasil
– O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski
atendeu ao pedido da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do
Cachoeira e decidiu compartilhar, com a comissão, o inquérito de número
3.430, que investiga o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). O
documento pode ser lido aqui.
A decisão foi tomada
hoje (27), no início da tarde. Lewandowski, no entanto, manteve o
caráter sigiloso do inquérito, o que deverá ser respeitado pela
comissão.
A CPMI, de posse das
informações, poderá "observar as restrições de publicidade interentes
aos feitos sob segredo judicial, bem como aquelas previstas na Lei
9.296/96, especificamente ao que foi colhido nas interceptações
telefônicas", diz o despacho do ministro.
Lewandowski é relator do
inquérito que tramita no STF. Além de compartilhar os dados com a CPMI,
instalada nesta semana no Congresso Nacional, ele também autorizou o
compartilhamento de dados com o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar
do Senado, que analisa a representação contra o senador Demóstenes, por
quebra de decoro parlamentar.
De acordo com a decisão,
os dados poderão ser analisados também pela Comissão de Sindicância da
Câmara dos Deputados, que investiga os parlamentares João Sandes Junior
(PP-GO) e Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), pelo envolvimento com o
empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Cachoeira é
suspeito de envolvimento com jogos ilegais e foi preso na Operação Monte
Carlo, em fevereiro. A CPMI que leva seu nome investigará sua ligação
com políticos e empresários.
Leia aqui a íntegra do inquérito elaborado pelo procurador-geral da República Roberto Gurgel.
Abaixo, seus sete anexos, pelos links abaixo:
Volume 1 - "É um recado do Marconi", diz o senador Demóstenes a Carlinhos Cachoeira
Volume 2 - Neste anexo, evidenciam-se as relações estreitas entre Carlos Cachoeira e a Delta.
Volume 3 - Cachoeira
diz que comprou um site de jogos por R$ 800 mil e que irá colocar seus
negócios todos nele. Conversas citam encontro do bicheiro com o prefeito
de Águas Lindas (GO).
Volume 4 - Na
quarta parte, diálogos comprovam a relação de Cachoeira com o
ex-diretor do Dnit, Luiz Antonio Pagot, que “está doidinho para abrir a
boca”.
Volume 5 - O
ex-araponga Adalberto Araújo informa por telefone a Carlinhos Cachoeira
que está tentando, sem sucesso, se infiltrar no governo do Distrito
Federal.
Volume 6 - Nesta
sexta parte, há diversas conversas de Cachoeira com um de seus
principais assessores, Gleyb Ferreira da Cruz, com quem fecha negócios.
Há também citações aos nomes do ex-diretor da Delta Cláudio Abreu e do
vereador de Anápolis Wesley Silva, os dois presos na Operação
Saint-Michel.
Volume 7 - Nesta
sétima parte do relatório, a PF descreve a influência de Carlos
Cachoeira no governo de Marconi Perillo, em Goiás, e fala até da
tentativa de entrega de dinheiro no Palácio das Esmeraldas. O Detran de
Goiás seria da cota de Cachoeira, segundo a PF.
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