Dívida na obra do Centro de Especialidades Médicas passa de R$ 1,2 milhão
R$ 2 milhões obtidos com a venda do prédio do Ciretram foram desperdiçados
A
construção do novo prédio do Centro Municipal de Especialidades Médicas
também é alvo de investigação da Comissão de Sindicância montada pela
Prefeitura de Tatuí, para apurar as dívidas da administração do
ex-prefeito Luiz Gonzaga Vieira de Camargo. O processo administrativo
551/2013, prestes a ser concluído, encontrou diversas irregularidades e
um débito total de R$ 1.259.440,53.
Tudo
começou no dia 28 de junho de 2011 com a edição da Lei Municipal 4.557,
que tratava com prévia autorização da Câmara de Vereadores, da venda de
um imóvel na rua 15 de Novembro, 486, que serviu de sede para o
Ciretram. O negócio resultou em R$ 2.003.820,00 para os cofres da
Prefeitura, depositados em conta específica de alienação – por se tratar
de venda de patrimônio público.
A
vencedora da licitação foi mais uma vez a Camargo Engenharia e contrato
foi firmado no valor de R$ 1.789.922,56. Mesmo com 70% das obras já
concluídas, a empresa recebeu apenas R$ 447.045,70, 25% do total devido.
Mas,
a dívida não é o maior dos problemas. As movimentações bancárias da
Prefeitura em 2011 mostram quatro transações irregulares, com
transferências da conta específica de convênio para as contas movimento.
No
dia 5 de outubro, foram dois repasses de R$ 850 mil e R$ 75 mil, no dia
17 de outubro, um repasse de R$ 100 mil, e no dia 6 de dezembro, R$ 968
mil – totalizando R$ 1.993.000. O procedimento é irregular e ilegal,
vedado pelo Tribunal de Contas e ainda pela Lei 8.429/1992, através do
artigo 10 que prevê desvio de finalidade que caracteriza improbidade
administrativa. Pior. O saldo da conta para construção da obra, no dia
1º de janeiro de 2013, era de apenas R$ 13.213,00.
Segundo
a secretária municipal de Fazenda, Finanças e Planejamento, Lilian
Maria Grando Camargo, após o encerramento da sindicância todos os
extratos, contratos e documentos serão encaminhados à Câmara Municipal,
ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público. “O passivo é enorme,
temos mais de R$ 1,2 milhões para pagar: R$ 643 mil de obras já
executadas comprovadas pelas medições e R$ 616 mil de etapas a serem
concluídas. São recursos que foram usados irregularmente que deveriam
ter ido para o pagamento da empresa ou estar disponível na conta.
Resultado. Teremos que investir duas vezes na mesma finalidade. Quadro
extremamente grave para uma cidade que precisa de novos investimentos e
melhorias”, finalizou.
Alexandre Scalise
Comunicação - Prefeitura de Tatuí
Créditos Fotos
Comunicação Tatuí - Evandro Ananias
Comunicação - Prefeitura de Tatuí
Créditos Fotos
Comunicação Tatuí - Evandro Ananias
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