Sindicância aponta irregularidades na reforma e ampliação de delegacia em Tatuí
Mais de R$ 1 milhão foram desviados para pagamento de funcionários públicos
A
Prefeitura de Tatuí está prestes a concluir mais um processo
administrativo, relativo às dívidas da gestão do ex-prefeito Luiz
Gonzaga Vieira de Camargo. A comissão de sindicância avaliou dados
contábeis, financeiros, fiscais e jurídicos sobre as obras de reforma e
ampliação da Delegacia de Polícia Central, que incluiu um prédio anexo
para a Delegacia de Defesa da Mulher e Plantão Policial, através do
processo 528/2013.
Diversas
irregularidades foram constatadas a partir da análise contratual, de
balancetes e extratos bancários. A obra é fruto de convênio 283/2011,
celebrado em 2 de fevereiro de 2011, que viabilizou o repasse estadual
em regime integral de R$ 1.082.019,60 e a necessidade contrapartida de
R$ 270.504,92. A licitação foi vencida pela Camargo Engenharia,
ganhadora de outras concorrências públicas como a revitalização da Praça
da Matriz e do Centro Municipal de Especialidades Médicas (Cemem).
Apesar
de 90% da construção já executada, a empresa recebeu apenas R$
349.290,17 do total da obra de R$ 1.352.524,59. Há ainda problemas mais
graves. Seis saques foram registrados da conta específica do convênio em
2012, com transferências para conta movimento. Os documentos, que em
breve serão encaminhados à Câmara Municipal e ao Ministério Público,
mostram dois saques no dia 3 de maio, no valor de R$ 83 mil e R$ 90 mil,
três saques no dia 4 de maio, no valor de R$ 120 mil, R$ 130 mil, R$
155 mil; no dia 5 de junho, R$ 750 mil – totalizando R$ 1.328.000,00. O
procedimento é irregular e ilegal, vedado pelo Tribunal de Contas e
ainda pela Lei 8.429/1992, através do artigo 10 que prevê desvio de
finalidade que caracteriza improbidade administrativa.
O
movimento bancário mostra ainda devoluções à conta do convênio
realizadas nos últimos meses do ano passado: no dia 11 de setembro foram
R$ 50 mil, no dia 13 de novembro R$ 60 mil, no dia 10 de dezembro foram
dois depósitos R$ 5 mil e R$ 190 mil – totalizando R$ 305 mil. Mas, o
saldo entre retiradas e depósitos demonstra déficit de R$ 1.023.000,00.
Pior, o saldo remanescente na conta, no dia 31 de dezembro de 2012, era
de apenas R$ 5.181,08.
A
secretária municipal de Fazenda, Finanças e Planejamento, Lilian Maria
Grando Camargo, explica ainda que a dívida com a construtora não pode
ser parcelada, já que pela normatização do convênio o pagamento do saldo
deve ser imediato e que a prestação de contas do convênio deve
acontecer no prazo máximo de 30 dias após a conclusão da obra. “A
Prefeitura precisa ter disponível R$ 1 milhão para poder reiniciar as
obras e finalizar esse convênio, já que o dinheiro destinado à
construção foi usado irregularmente em outra finalidade. Vamos esperar a
conclusão desse processo administrativo, para a partir de um parecer
jurídico, buscar uma solução administrativa para esse enorme problema, e
retomar a obra o mais rapidamente possível”, finalizou.
Alexandre Scalise
Comunicação - Prefeitura de Tatuí
Créditos Fotos
Comunicação Tatuí - Evandro Ananias
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Comunicação Tatuí - Evandro Ananias
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