A ida do PSD à base do Governo Federal
representa no meu entender duas coisas, uma primeira é que o governo de
coalizão petista fere alguns de seus princípios que mobilizaram diversas
pessoas durante os anos 80 e 90 que foi o compromisso com um Brasil de
todos e com o fim das oligarquias, mostra também dentro desse cenário o
fortalecimento da direita política no Brasil, que conta para si com o
amplo monopólio de meios de comunicação com diversas concessões de TV,
rádios e jornais para poder impor via falta de diversidade sua opinião
na sociedade e uma falta de eficiência da esquerda brasileira em poder
dialogar de forma mais ampla com a sociedade, de esquecer que a luta de
idéias se faz com a construção dos seus meios de comunicação e com a
educação politica e cidadã diária.
Dentro de uma perspectiva eleitoral tão
somente foi uma perda-ganho o que Dilma fez, perda no sentido que coloca
o inimigo opositor com poderes e a máquina administrativa do Governo
Federal em suas mãos, por tudo que representam politicamente (o
latifúndio, a vontade de acabar com direitos trabalhistas entre outros)
fortalecendo uma corrente política que no nosso entender precisa ser
combatida com todas as forças e recursos humanos possíveis e o ganho
político com essa jogada foram os minutos a mais na propaganda eleitoral
que querendo ou não são decisivos no pleito eleitoral de 2014 e as
alianças prováveis costurados pelo PT em lugares como São Paulo e outros
estados favorecendo seus candidatos e cobrando sua prestação também em
apoiar candidatos “pesados” do PSD.
A ida do PSD ao governo Dilma deixa o seu governo mais á direita, porém ganha
deputados e senadores que podem votar com o governo federal projetos
(projetos esses limitados pelos interesses conservadores e atrasados do
PSD), no momento em que a oposição tenta aumentar o número de candidatos
com Aécio Neves, Marina Silva e Eduardo Campos a ida do PSD representa
um aumento da musculatura de Dilma Rousseff e parece sinalizar para o
embate das duas forças políticas predominantes no Brasil – PT e PSDB com
Dilma e Aécio disputando até o fim a presidência da República, tendo o
PSD como um peso na balança á poder favorecer Dilma, porém ao mesmo
tempo perdendo seu governo aos acordos com a legenda oriunda do DEM
(partido conhecido por suas politicas e posições neoliberais e
elitistas), o famoso preço da “governabilidade petista”.
Entendemos que para construir uma
verdadeira política precisamos colocar em prática a Reforma Política, o
financiamento público de campanha e o fim de coalizões para governar,
dando maior poder á sociedade civil de poder fazer o controle social, a
fiscalização de governos, o debate de investimentos, criando um modelo
mais democrático e cidadão longe do interesse dos grupos econômicos que
querem fazer da política um verdadeiro balcão de negócios, com isso
gerando corrupção e a troca de favores empresários, ruralistas com políticos promovendo assim o “balcão de negócios” da política.
Coordenador do Fórum Paraense de Comunicação
Diretor da União Acadêmica Paraense
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