Postado em: 29 abr 2013 às 15:21
Grandes empresas como Daslu, GAP, Zara, Marisa, C&A, Pernambucanas, estariam fomentando o tráfico de pessoas para abastecer uma rede de exploração lucrativa que culmina no trabalho escravo de imigrantes
Há duas semanas, mais seis imigrantes bolivianos flagrados em
condição análoga à escravidão foram resgatados pelo Ministério do
Trabalho e Emprego
(MTE), de uma oficina clandestina de costura na cidade de São Paulo.
Com mais essa abordagem do MTE, no ano de 2013, contabiliza-se quarenta
imigrantes resgatados na capital paulista submetidos à mesma forma de
exploração no trabalho. Procedentes geralmente do Peru, Bolívia e
Paraguai, os imigradntes trabalham em locais insalubres, trancafiados e
sem ventilação na região central da cidade, principalmente nos bairros
do Pari, Brás e Bom Retiro.
A jornada de trabalho
diária alcança de 14 a 16 horas sem acesso aos direitos trabalhistas
vigentes no Brasil. Segundo o MTE, a cidade de São Paulo possui entre 8 e
10 mil oficinas de costura clandestinas, ocupadas em média por entre
quinze e vinte costureiros. Os casos que se tornaram recorrentes na
mídia somente nos últimos anos fazem parte de uma contínua exploração,
que existe há mais de vinte anos na capital paulista.
Especialistas ouvidos pelo jornal do Brasil de Fato, a
prática exploratória ganhou outro artifício nos dias atuais, envolvendo o
crime de tráfico de pessoas para abastecer uma rede de exploração,
beneficiária a famosas grifes de moda e do varejo nacionais e
internacionais instaladas no Brasil.
Retornando de uma viagem recente à Bolívia, onde discutiu o assunto
com parlamentares bolivianos, o deputado Claudio Puty (PT-PA),
presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito do Trabalho Escravo,
revela que investigações apontam o envolvimento de grandes empresas da
moda na exploração trabalhista ilegal de imigrantes no país.
“Apuramos em São Paulo que empresários brasileiros, bolivianos e
coreanos estão à frente das oficinas que exploram esses trabalhadores,
no entanto, seriam os intermediários de grandes empresas que pagam R$
0,20 pela confecção de uma peça de roupa e vendem em grandes lojas de
marcas por R$ 100 ou mais”, destaca.
Esquema
Na Bolívia, Peru e Paraguai, empresas de costura que atuam de fachada
seriam as principais aliciadoras para fornecer mão de obra à rede de
exploração nas oficinas clandestinas em São Paulo. “Essas empresas
ministram cursos de costureiro preparando as pessoas para serem trazidas
ao Brasil”, revela Roque Renato Pattussi, coordenador do Centro de
Apoio ao Migrante (Cami).
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http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/04/trafico-de-pessoas-abastece-grandes-empresas-de-moda-em-sao-paulo.html
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