Lula, Dilma, corrupção, marco regulatório, imprensa, oposição e 2014
Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre
O Partido
dos Trabalhadores anuncia que a imprensa corporativa e de mercado está a fazer
campanha para taxar o ex-presidente Lula de corrupto. Não é somente isso. A
mídia de direita deseja, sobretudo, que Lula se cale, não articule composições
políticas e que não apareça, de forma positiva, em suas telas televisivas, bem
como nas páginas dos jornais e revistas. A ordem é não mostrar, de forma
alguma, seu legado, além de superdimensionar até os fatos corriqueiros, além de
criar polêmicas onde não existem polêmicas. E crises onde não há crise.
Desconstruir Lula é prioridade para a direita. O problema é que Lula tem legado. |
É o
verdadeiro e autêntico jornalismo de esgoto, declaratório, elaborado na fofoca
e na maledicência cujo objetivo é desqualificar o único político brasileiro de
grandeza internacional e que se prepara para o combate das eleições de 2014. Por
seu turno, até que enfim o PT saiu do imobilismo, porque se depender do Governo
da presidenta Dilma Rousseff, política filiada ao partido, os integrantes do PT
que estão na linha de frente a enfrentar uma oposição não partidária e sem voto
vão ser imolados e calados sem o direito de se defender e muito menos se
contrapor ao que é dito pela máquina midiática e por seus aliados incrustrados
no STF.
É a
ditadura da imprensa de negócios privados, que tem lado, cor e ideologia. A
imprensa alienígena e de direita controlada, a ferro e a fogo, pelos patrões da
oligarquia midiática e por setores poderosos do Judiciário (STF, STJ e PGR),
que interferem no processo politico brasileiro, por intermédio da desconstrução
da imagem de Lula, da criminalização do PT e da judicialização da política, que
acarreta o engessamento da autonomia do Congresso e do seu direito
constitucional de legislar.
Agora
o PT “descobriu” que a direita sempre vai proceder e agir como direita, ou
seja, tal qual ao escorpião, que vai sempre agir e proceder como escorpião. Então,
vamos às perguntas que não querem calar: por que o PT até o momento não lançou
ainda, em âmbito nacional, uma campanha a favor da efetivação do marco
regulatório para as mídias? E por que a presidenta Dilma Rousseff tem tanta
parcimônia com os plutocratas de mídias, que há quase um século golpeiam os
políticos que não rezam por suas cartilhas, ou seja, aqueles que não seguem
seus princípios políticos e seus interesses econômicos? Com a resposta, a própria
presidenta, a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann e o ministro das
comunicações, Paulo Bernardo.
A
verdade é que a imprensa de caráter golpista pauta seus aliados, a oposição
partidária (PSDB, PPS e DEM) e o Judiciário, e cria as estratégias políticas e
criminosas de boicote e de sabotagem contra os governos trabalhistas de Lula e
agora o de Dilma. A presidenta sabe disso e sempre soube. Afinal, ela militou
na esquerda armada, foi presa e vitimada pela tortura. Ninguém está mais
consciente do que a presidenta sobre o fato e a realidade de que os barões da
imprensa jamais comporão politicamente com mandatários trabalhistas. Essa gente
de direita tem uma imensa compreensão de quem são os trabalhistas e o que
representam: o segmento ideológico e político brasileiro que deu fim definitivo
à escravidão em 1930, bem como modernizou e industrializou o País, além de
distribuir renda e garantir os direitos trabalhistas.
Eles são uma loucura: neurose, maledicência e uma enorme vocação para distorcer os fatos. |
Os
barões da imprensa conservadora e os homens e mulheres que alugam suas forças
de trabalho e servem como porta-vozes de seus patrões sempre souberam que foram
os trabalhistas que modernizaram e criaram ferramentas de controle estatal no
que diz respeito à arrecadação do estado e à fiscalização do setor privado, que
teima em sonegar impostos e desviar recursos de forma criminosa para o
exterior. A direita sempre soube disso e por isso, na verdade, nunca se
preocupou muito, apesar de tê-los perseguidos, com os comunistas que se
tornaram ex-comunistas e que hoje, desavergonhadamente, são aliados de seus
algozes, a exemplo de Roberto Freire, Raul Jungmann, Fernando Gabeira, Ferreira
Gullar e muitos outros, como o Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal —, que
vendeu o País e não satisfeito foi ao FMI três vezes, de joelhos e com o pires
na mão, porque quebrou o Brasil três vezes.
Acontece
que nada vai adiantar se o Governo de Dilma Rousseff não propiciar as condições
para que o povo brasileiro tenha um sistema de comunicação democrático e aberto
à sociedade.
Enquanto houver meia dúzia de oligarcas a dominar um setor
econômico da maior importância para qualquer País, a sociedade vai ficar à
mercê dos ditames de empresários que são capazes, como ocorreu no passado, de
conspirar contra governantes eleitos pela população e, de forma real,
concretizar golpes de estado.
Lembremos, sempre, de Getúlio Vargas, de João
Goulart e até mesmo Leonel Brizola, que não foi presidente da República, mas
pagou um preço altíssimo por jamais ter sido cooptado pelos senhores
condestáveis da mídia privada brasileira.
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