O juiz da 18ª Vara Federal no Ceará, Júlio Rodrigues Coelho Neto,
condenou o ex-deputado federal Almeida de Jesus (PR) e o ex-prefeito de
Itapajé, João Batista Braga (PTB), por desvio de recursos federais para
compra de ambulâncias. O grupo, que foi desvendado pela Polícia
Federal na Operação Sanguessuga, ficou conhecido, em 2006, como Máfia
das Ambulâncias. A operação envolveu, na época, outros ex-deputados
federais, como Ronivon Santiago e Carlos Rodrigues, que acabaram sendo
presos.
A
decisão do juiz Coelho Neto foi divulgada ontem. O procurador da
República no Ceará, Ricardo Magalhães de Mendonça, autor da ação,
relata que Almeida de Jesus e João Batista Braga "manipularam e
direcionaram os resultados de licitações" referentes a convênio entre o
Ministério da Saúde e a Prefeitura de Itapajé, a 135 quilômetros de
Fortaleza.
O juiz Coelho Neto julgou parcialmente procedentes os pedidos do
procurador e sentenciou os dois pòlíticos a multa de ressarcimento no
valor R$ 21.995,74 e multa civil de R$ 20 mil para cada,( na época, o montante do roubo alcançou mais de 110 milhões de reais),
além da suspensão de direitos políticos e proibição de contratos com o
poder público. Almeida de Jesus está impedido por oito anos, e o
ex-prefeito Braga, por cinco anos, de realizar qualquer tipo de
contrato. Almeida de Jesus já havia sido condenado por receber propina
do grupo Vedoin por favorecimento de empresa que forneceria ambulâncias
para Ibiapina, também no Ceará.
Ex-prefeito retirou candidatura na véspera da eleição
João
Batista Braga foi prefeito de Itapajé de 1997 a 2004. Tentou ser
novamente eleito em 2008, mas foi derrotado por Pedro Marques (PP).
No ano passado, Braga seria novamente candidato, mas foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa e não pôde concorrer.
Lançando
mão de uma manobra verificada em vários municípios, Braga desistiu da
candidatura um dia antes da eleição. Em seu lugar, colocou como
candidato o filho, Ciro Braga (PTB), que venceu a eleição contra Pedro
Marques, que disputava reeleição.
Para barrar a
candidatura de Batista Braga o Tribunal Regional Eleitoral levou em
conta os vários processos de contas reprovadas do ex-prefeito no
Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), referentes ao tempo em que ele
era prefeito de Itapajé
Para entender
O “escândalo dos sanguessugas”ou “máfia das ambulâncias” veio à tona em
2006, quando a Polícia Federal deflagrou uma operação para desarticular
uma quadrilha que operava em âmbito nacional. De acordo com as
investigações, parlamentares do Congresso Nacional destinavam emendas
individuais do Orçamento às prefeituras para a compra de ambulâncias.
Os empresários Darci Vedoin e Luiz Antonio Vedoin, donos da Planam, acusaram José Serra
(PSDB), que na época era o ministro da Saúde José Serra, no escândalo
da máfia dos sanguessugas, em que parlamentares apresentavam emendas
para compra de ambulâncias superfaturadas, liberadas pelo Ministério da
Saúde, em troca de propina.
Segundo eles, a distribuição de propinas começou
em 1998, durante a gestão de Serra no Ministério. "Naquela época, a
bancada do PSDB conseguia aprovar tudo e, no Ministério, o dinheiro era
rapidamente aprovado", disse Luiz Antonio, em entrevista publicada na
revista "IstoÉ"
Com os recursos, o grupo manipulava licitações para a compra dos
ambulâncias. Os preços da licitação eram superfaturados. O que “sobrava”
do custo real das ambulâncias era dividido entre os membros do esquema.
De acordo com a PF, o esquema envolveu a compra de mais de mil
ambulâncias em todo o Brasil, movimentando cerca de R$ 110 milhões.
DO http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/
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