Carta a População
O Objetivo desta carta é trazer a
população brasileira para junto dos moradores do Horto Florestal, já que
infelizmente devido um massacrante conjunto de reportagens agressivas,
estamos caracterizados como vilões, como invasores, destruidores do
Parque Jardim Botânico. Isto não é verdade! Somos Moradores,
descendentes de antigos Funcionários do Jardim Botânico e uns até
funcionários ativos do parque. Todos receberam autorização para
construir suas moradias - com seu próprio dinheiro-, da direção do
Jardim Botânico da época, do IBDF ou do ministério da agricultura.
O Horto Florestal se localiza numa área pertencente ao bairro Jardim Botânico, onde residem 620 famílias
totalmente integradas ao meio, possuindo uma história bastante antiga.
Na realidade, sua história remonta desde 1578,
onde a região do Horto já era habitada pelos trabalhadores de dois
Engenhos de cana ali instalados e depois por Fazendas de café. Os
senhores de Engenho e cafezais possuíam escravos e estes constituíram a
1ª composição populacional da localidade. Ainda hoje há monumentos
reveladores desta remota época, como o Solar da Imperatriz (1750), os
aquedutos tipicamente coloniais e algumas construções cujos vestígios
insinuam serem ruínas de Senzalas.
Em
1808 D. João VI criou uma Fábrica de Pólvora para fundir ferro e
construir armas de fogo e, meses depois, o Real Horto - que hoje é o
Jardim Botânico-. Para tais
empreendimentos,
houve uma 2ª onda populacional, pois os trabalhadores da fábrica e do parque foram convidados a residir nas proximidades do trabalho. Com o advento da República e seus projetos de modernização surgiram as fábricas de tecidos na região, como a famosa América Fabril. Delas decorreram as vilas operárias, um casário bastante emblemático do início da industrialização no país. Esta foi a 3ª onda de ocupação pelos habitantes do Horto.
O Horto é uma região repleta em historicidade e moradores e lugares de memória guardam lembranças que remontam aquele tempo ancestral. Os descendentes dos escravos e trabalhadores originais ainda residem na localidade, mas são constantemente ameaçados de remoção e, efetivamente são pontualmente despejados em ações por parte do Instituto Jardim Botânico. Apesar da riqueza sócio-cultural da comunidade do Horto, esse Instituto e a AMAJB tentam remover essa população tradicional porque esses representam uma elite econômica e política que deseja expandir seus interesses imobiliários pela região, que hoje é muito valorizada. Fizeram um abaixo-assinado que circula por aí, contra a criação do Projeto de Lei 161/2009 que tramita na Câmara de Vereadores, o qual caracteriza a área do Horto como de Especial Interesse Social (AEIS), o qual consolidaria a permanência da população na região, trazendo inclusive as melhorias necessárias à região.
houve uma 2ª onda populacional, pois os trabalhadores da fábrica e do parque foram convidados a residir nas proximidades do trabalho. Com o advento da República e seus projetos de modernização surgiram as fábricas de tecidos na região, como a famosa América Fabril. Delas decorreram as vilas operárias, um casário bastante emblemático do início da industrialização no país. Esta foi a 3ª onda de ocupação pelos habitantes do Horto.
O Horto é uma região repleta em historicidade e moradores e lugares de memória guardam lembranças que remontam aquele tempo ancestral. Os descendentes dos escravos e trabalhadores originais ainda residem na localidade, mas são constantemente ameaçados de remoção e, efetivamente são pontualmente despejados em ações por parte do Instituto Jardim Botânico. Apesar da riqueza sócio-cultural da comunidade do Horto, esse Instituto e a AMAJB tentam remover essa população tradicional porque esses representam uma elite econômica e política que deseja expandir seus interesses imobiliários pela região, que hoje é muito valorizada. Fizeram um abaixo-assinado que circula por aí, contra a criação do Projeto de Lei 161/2009 que tramita na Câmara de Vereadores, o qual caracteriza a área do Horto como de Especial Interesse Social (AEIS), o qual consolidaria a permanência da população na região, trazendo inclusive as melhorias necessárias à região.
Tendo
este pequeno texto como base, pode-se ver que nós, moradores do Horto,
não somos invasores, como a mídia sensacionalista e depreciativa esta
colocando a população. Somos como foi colocado, DESCENDENTES DE ANTIGOS
FUNCIONÁRIOS DO JARDIM E TAMBÉM DE FUNCIONÁRIOS ATUAIS. Não estamos
devastando a mata e sim a protegendo,
pois herdamos de nossas famílias o amor e o respeito à Natureza, ao
Jardim Botânico.
Infelizmente
numa lógica invertida e maldosa, tentam nos colocar como criminosos
ambientais, quando na verdade, a floresta só está preservada em seu
entorno, por conta do respeito e cuidado que temos pelo verde nesta
relação bicentenária. Basta olhar em volta e ver que os condomínios e
mansões destruíram e devastaram o verde numa proporção injustificada,
principalmente nestes últimos cinquenta anos. Eles sim engoliram o
verde.
Para ter uma ideia a UFRJ
fez um gigantesco estudo sócio, físico, ambiental que demonstra a
legitimidade da regularização do Horto. O ITERJ - Instituto de Terras e
Cartografia do Estado do Rio de Janeiro detalhou minuciosamente o
espaço, com estudos elaborados por diversos profissionais gabaritados,
demonstrando que, a pretendida regularização dos moradores, nada afetará
as pretensões de ampliação do JB, dentro de seus limites existentes
hoje, e nem ameaça a natureza. Também o SPU deu parecer favorável aos
moradores. O estudo demorou dois anos!
Infelizmente,
como em vários lugares valorizados desta cidade, o interesse é
puramente do capital imobiliário. Agora fazemos uma pergunta:
O que fez o Jardim com a área recuperada de oito casas? Ampliou o arvoredo?
Ampliou os laboratórios?
Vamos responder esta pergunta:
Não!
Eles fizeram um espaço para show - não condizente com espaços
ambientais - e um estacionamento, fugindo de seus discursos. Basta andar
pelo JB para ver que os cuidados com o espaço é insuficiente. Os lagos,
as bromélias e orquídeas, morte de macacos, árvores morrendo por
pragas, esgoto dos mesmos não comportando as estruturas novas
comerciais, poluição sonora e atmosférica, isto é o ecossistema interno
do Jardim Botânico esta entrando em colapso e não vemos a direção do
parque ou mesmo a mídia cobrar isso. O único discurso que ouvimos é que
querem remover os moradores do Horto para ampliar o verde do Jardim
botânico? Certamente não é. Isso é ‘higienização’, movida a interesse
especulativo
imobiliário e descaso a seres humanos.
Novamente
gostaria de deixar claro, que não somos invasores, somos moradores
antigos, com uma população idosa enorme, que sofre cada vez mais com
estes ataques, os quais em alguns casos veem a falecer por causa dessa
incerteza, dessa injustiça.
Pedimos
que os senhores antes de aceitar tudo que esta mídia sensacionalista
exibe, que procurem os fatos corretos, venham ao horto conhecer a
comunidade, leiam os nossos textos no site da nossa associação (AMAHOR)
ou na nossa comunidade do Facebook (SOS Moradores do Horto), antes de
adotar o que é mostrado como verdade absoluta.
Vou colocar alguns vídeos abaixo com o depoimento de moradores para que vocês
entendam o que estou falando...
Por Lucia Mynssen
ASSISTAM OS VÍDEOS
Agradecemos a todos a compreensão,
Moradores do Horto Florestal do Rio de Janeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário