O homem-Melão, o "muso" do Estadão
Cada veículo de imprensa tem suas musas que merece. A revista Playboy tem a "mulher Melão" entre elas, uma mulher do povo que tem o dom da beleza. Já o jornal Estadão tem entre seus musos o "homem-Melão", que tem o dom do fracasso da pior elite que existe no Brasil.
O homem-Melão é João Mellão Neto (DEMos/SP), um político decadente que já foi candidato à prefeitura da São Paulo pelo antigo PL (Partido Liberal), DERROTADO por Luiza Erundina, em 1988, já foi ministro de Collor na época do impeachment, quando ninguém queria ser ministro; tornou-se malufista na prefeitura de São Paulo em 1993, foi deputado federal pelo PL e PFL/DEMos e depois não conseguiu se reeleger. Foi secretário de comunicação de Alckmin em 2002. Sem votos para eleger-se deputado federal, rebaixou-se para deputado estadual em 2006, e em 2010 não conseguiu se reeleger nem a deputado estadual pelo DEMos.
Com esse currículo demo-tucano, o jornal Estadão abre suas páginas quinzenalmente para seu "muso", o homem-Melão, escrever adivinhem o quê? Falar mal do presidente Lula.
Criticar vá lá, o jornal é demo-tucano e não poderíamos esperar outra coisa, mas o ridículo é fazer um artigo pejorativo que, em vez depreciar o pretenso alvo, deprecia é o autor e o jornalão que o publicou.
Sob o título "Carta a um desempregado", o homem-Melão acha que está sendo sarcástico ao narrar uma fictícia rotina do presidente Lula após deixar a presidência, mas Freud explica tanto o autor quanto o jornalão que publicou: é recalque puro de derrotados e, em ato falho, o próprio homem-Melão acaba narrando sua própria experiência, com conhecimento de causa de quem foi demitido no voto pelo povo de São Paulo da Assembléia Legislativa. O recalque aumenta com o processo de extinção de seu partido, o DEMos, sobretudo em São Paulo, com a saída de seus principais líderes: Kassab e Afif. Assim ficará difícil para o homem-Melão arrumar uma boquinha até de vereador em 2012. Mas sempre tem um ombro amigo do Estadão para encostar.
Não peçam para colocar o link do artigo do homem-Melão, porque o blog não é divã para DEMos recalcados com sua derrocada.
Mas uma paródia do artigo original dele cai como uma luva, trocando os nomes e alguns trechos:
Carta a um derrotado
Caro homem-Melão, como você está se sentindo agora que retornou à planície? Na verdade, apenas trocou a Assembléia por um bico quinzenal no Estadão. É duro ficar ocioso. Permanecer em casa o dia inteiro é uma coisa enfadonha. Ainda mais quando se tem o hábito da leitura, e lê a história do Brasil sendo escrita por um ex-operário e sua sucessora, desafetos políticos seu, que lhe infligiu e a seus chefes severas derrotas, como é o caso do presidente Lula.
Problemas financeiros, ao que parece, você não tem. Como é sabido, nasceu na elite abastada, teve herança, os cofres públicos da Câmara e da Assembléia Legislativa sempre foram generosos, e seus privilégios cuidam de lhe prover de tudo. Mas haja tédio. Além da insegurança quanto ao futuro, essa condição abala a autoestima das pessoas.
Quase todos os políticos, enquanto estão no mandato, acreditam que vão tirar de letra. E quando o povo os mandam de volta para casa, negando-lhes o voto, caem em depressão. Nenhuma CPI contra o governo demo-tucano para abafar e engavetar, nenhuma "parada" para resolver nos gabinetes fechados, nenhum empreiteiro para financiar sua campanha...
São poucos os que o visitam na sua casa e são raros os que ainda lhe telefonam.
E se, de repente, você ouvir ruídos na porta?
Não se preocupe. São apenas folhas secas levadas pelo vento.
Por que você não telefona para o novo governador demo-tucano? Ele, por enquanto, ainda vai atendê-lo. Anotará, atenciosamente, o pedido por um cargo e depois dirá para arrumar um padrinho eleito na Assembléia, porque infelizmente você não tem votos. Não fique aborrecido. Já está muito bom. Pior vai ser quando ele trocar os telefones e não lhe comunicar os novos números.
"O governador tem muito que fazer", deduzirá você. Procurará, então, deixar um recado com a secretária dele. Impossível. Virá à linha uma assessora, com voz impessoal para lhe dizer que, no momento, a secretária do chefe não pode atender.
"Por quê?"
"Ela está "em reunião". Daria para o senhor adiantar o assunto?"
"O que é isso?! Aqui quem está falando é o ex-deputado, ex-secretário, ex-..., ex-...!"
"Qual deles? Tem tantos..."
"Eu, é claro!"
"Eu, quem?"
"O homem-Melão!"
"O marido da mulher Melão?"
"Não! Não! J-o-ã-o M-e-l-l-ã-o N-e-t-o!... Mellão com dois 'eles' ... "
"Ah! "Você" não é aquele senhor que decaiu de federal para estadual e não conseguiu se reeleger?"
"Sou! Veja aí, no caderno de "autoridades" que deve estar em sua mesa!"
"Não vai dar, não. A agenda que tem aqui é nova, só tem os deputados eleitos."
"Então eu vou pessoalmente até aí, amanhã!"
"Pode vir. Terá uma excursão escolar as 10hs para conhecer o Palácio dos Bandeirantes, aberta ao público. Você pode acompanhar o guia que lhe mostrará o acervo".
Você, enraivecido, desliga o telefone. Vai abordar o governador em alguma cerimônia pública. Isso se os seguranças dele permitirem.
Por falar nisso, homem-Melão, por que você não foi convidado nem para ir ao Teatro Municipal, no Rio de Janeiro, no discurso daquele americano que estava aqui, em férias? Até o Luciano Huck conseguiu tirar uma foto ao lado do presidente dos EUA. Deu a impressão de que os gringos o consideram irrelevante, apesar de seu comportamento neoliberal baba-ovo, e de seu ódio destilado contra Hugo Chavez, o Irã, e tudo aquilo que Washington manda você odiar.
Mudando de assunto, você pretende voltar ao serviço? Eu estou lhe perguntando isso porque, se você tem essa intenção, o grande problema é que o DEMos terá dificuldades em eleger vereadores em São Paulo em 2012.
Homem-Melão, eu sei que você escreveu que a "zelite" são vocês que "lêem jornais", e que você diz que daria a isso outro nome: "opinião pública bem informada". Só que falta combinar com eleitores, que cada vez dá a mínima para o que um homem-Melão escreve num jornalão, e seu jornalão esconde as notícias sobre as visitas e prêmios do presidente Lula no exterior.
Bem, para que a gente não brigue, vamos falar de outras coisas. O que é que você pretende fazer da vida, por enquanto?
Pelo que corre por aí, você não tem planos. Vai tentar ir para o partido do Kassab, e seguir seu antigo líder de PL, Afif? Vai tentar uma boquinha na prefeitura paulistana? Vai para o PSDB tentar uma boquinha no governo Alckmin? Derrotado, você não tem mandato para perder por infidelidade partidária, e pode pular fora do barco afundando do DEMos.
E então, homem-Melão? Vai morrer continuando falando mal do presidente Lula, dizendo que ele será esquecido, mas você não faz outra coisa a não ser lembrá-lo com suas críticas recalcadas, numa obssessão compulsiva de traumatizados por derrocadas?
Aliás, por falar nisso, onde é que anda o José Serra? Você enviou uma "Carta a um desempregado" para ele? E o FHC, você enviou quantas cartas, para quem está desempregado há 8 anos, e o povo brasileiro não quer nem saber dele para cargo nenhum?
Como dizem os árabes, "uma mosca escura, numa mesa escura, numa noite escura: somente Deus a vê".
Homem-melão, é melhor você aprender a rezar.
Enviar por email Por: Zé Augusto
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