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sábado, 24 de novembro de 2012

Dilma barateia energia, Fiesp volta apoiá-la e Aécio fica ao lado de acionistas

Por Davis Sena FilhoBlog Palavra Livre
Propaganda da Fiesp cobra atitude positiva em prol de energia mais barata no País.
A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) deu início, após um tempo em silêncio, à campanha publicitária nos meios de comunicação privados para cobrar apoio dos congressistas para que seja aprovada a Medida Provisória nº 579, de autoria da presidenta Dilma Rousseff, que tem por propósito diminuir a conta de luzo preço das tarifas de energia e dessa forma incremantar e fortalecer ainda mais a economia interna do País
Porém, nem sempre o caminho está livre, e, consequentemente, os obstáculos tem de ser superados. A pedra no caminho se chama Aécio Neves (PSDB), senador tucano, ex-governador de Minas Gerais e que representa os interesses dos acionistas privados das companhias de energia. Aécio é o lobista mais importante que luta contra a redução da conta da luz, compromissado que é com aqueles que tem muitas ações na Cemig e não querem ter seus lucros diminuídos, mesmo se for em detrimento dos interesses da população brasileira e dos capitães da indústria, que há anos pedem tarifas de energia mais baratas. Tucanos, os que venderam o Brasil, realmente trabalham pelo capital o privado é claro. Não tem jeito. São viciados.

A campanha publicitária para baixar o preço da energia iniciou após a presidenta trabalhista Dilma Rousseff chamar às falas a Fiesp e seu presidente, deputado Paulo Skaf (PSB/SP), além de ter questionado também o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eugênio Gouvêa Vieira
. Os empresários reclamavam que o custo da energia elétrica no Brasil estava a prejudicar a competitividade da indústria nacional. Só que os dois capitães da indústria, de forma estranha, calaram-se por vários dias.
Skaf: discurso não é coerente com sua conduta. Silêncio e depois apoio ao decreto de Dilma.
Dilma, então, assinou a MP 579, que estabelece novas regras para o setor elétrico brasileiro e estima uma redução média de 20,2%. A MP trata da renovação antecipada da concessão das usinas hidrelétricas que estão prestes a vencer, o que propiciará a redução das tarifas de energia. Entretanto, para sua surpresa, a presidenta passou a enfrentar resistência de parlamentares de oposição e até mesmo alguns da base do Governo que são ligados às empresas geradoras de eletricidade, a maioria empresas estatais sob a administração de governadores do PSDB, conduta de típicos tucanos neoliberais que não causa nenhuma surpresa.
Os empresários da indústria, os que mais abriam a boca por causas dos custos da energia e os maiores beneficiados pelo marco regulatório do governo, malandramente ficaram quietos, diferente do que fizeram na época da CPMF, quando foram até a Praça da Sé e montaram um circo para que o Congresso não a prorrogasse, o que causou sérios prejuízos no que é concernente à arrecadação do SUS.
Com a pressão da presidenta trabalhista, eles resolveram se mexer, porque ficariam muito mal na fita perante a categoria empresarial, o povo brasileiro, além de terem sido duramente questionados pelo Governo. Contudo, nada a estranhar, grandes empresários formam uma classe corporativa, de perfil neoliberal, e nem sempre o que apregoam reflete a verdade de suas intenções.
Gouveia reclamava do preço da energia, calou-se e agora apoia o Governo.
Skaff é deputado pelo PSB, mas, evidentemente, tal homem de negócios não é socialista. Está no PSB por questões de espaço ou porque achou charmoso ser um grande empresário e ser filiado a um partido cuja sigla tem a palavra "socialista". Quando Paulo Skaf foi candidato ao governo de São Paulo em 2010, ele apresentou a seguinte proposta digna de um neoliberal: cobrança de mensalidade nas universidades públicas, além de outras propostas que nem vale à pena citar.
Não se até que ponto e os motivos pelos quais os dois principais dirigentes da poderosa indústria brasileira quase recuaram. Os acionistas das companhias transmissoras de energia elétrica são poderosos, muito ricos, estrangeiros e brasileiros, que não tem compromisso com o Brasil por serem rentistas. A mesma coisa acontece com a telefonia e a banda larga.
A verdade é que os governos tucanos de FHC — o Neoliberal — jamais deveriam alienar bens públicos e estratégicos para o País, como o fizeram com a Eletrobras e a Vale do Rio Doce. Deu no que deu: tarifas altíssimas, decumprimento de contratos, liderança de reclamações nos Procons e a negativa de disseminar a telefonia e a banda larga por todos os rincões do Brasil.
Dilma quer fortalecer a economia do País. Aécio defende o bolso de acionistas.
Por seu turno, o presidente da Fiesp e o da Firjan resolveram aderir as ações do Governo Federal, bem como já deram início à campanha para que os preços da energia caem, tanto no âmbito doméstico quanto no empresarial — industrial. É por intermédio da observação atenta que passamos a conhecer aqueles são lobos e usam peles de ovelhas. Pelo menos eles reformulam suas ações até então muito questionadas. Antes tarde do que nunca. É isso aí.

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