Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre
Propaganda da Fiesp cobra atitude positiva em prol de energia mais barata no País. |
A Federação das Indústrias de São Paulo
(Fiesp) deu início, após um tempo em
silêncio, à campanha publicitária nos meios de comunicação
privados para cobrar apoio dos congressistas para que seja aprovada a
Medida Provisória nº 579, de autoria da presidenta Dilma Rousseff,
que tem por
propósito diminuir a conta
de luz — o preço das tarifas de energia e dessa forma incremantar e fortalecer ainda
mais a economia interna do
País
Porém, nem
sempre o caminho está livre, e, consequentemente, os obstáculos
tem de ser superados. A pedra no caminho se chama Aécio Neves (PSDB), senador tucano, ex-governador de Minas
Gerais e que representa os interesses dos
acionistas privados das companhias de energia. Aécio é o lobista mais importante que luta contra a redução da conta da luz,
compromissado que
é com aqueles que tem muitas ações na Cemig e não
querem ter seus lucros diminuídos, mesmo se for
em detrimento dos interesses da população brasileira e dos capitães da indústria, que há anos pedem tarifas de energia mais baratas. Tucanos, os que venderam o Brasil, realmente trabalham pelo
capital — o privado — é claro. Não
tem jeito. São
viciados.
A campanha publicitária para baixar o preço da energia iniciou após a presidenta trabalhista Dilma Rousseff chamar às falas a Fiesp e seu presidente, deputado Paulo Skaf (PSB/SP), além de ter questionado também o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eugênio Gouvêa Vieira . Os empresários reclamavam que o custo da energia elétrica no Brasil estava a prejudicar a competitividade da indústria nacional. Só que os dois capitães da indústria, de forma estranha, calaram-se por vários dias.
A campanha publicitária para baixar o preço da energia iniciou após a presidenta trabalhista Dilma Rousseff chamar às falas a Fiesp e seu presidente, deputado Paulo Skaf (PSB/SP), além de ter questionado também o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eugênio Gouvêa Vieira . Os empresários reclamavam que o custo da energia elétrica no Brasil estava a prejudicar a competitividade da indústria nacional. Só que os dois capitães da indústria, de forma estranha, calaram-se por vários dias.
Skaf: discurso não é coerente com sua conduta. Silêncio e depois apoio ao decreto de Dilma. |
Dilma,
então, assinou a MP 579, que estabelece novas regras para o setor
elétrico brasileiro e estima uma redução média de 20,2%. A MP trata
da renovação antecipada da concessão das usinas hidrelétricas que
estão prestes a vencer, o que propiciará a
redução das tarifas de energia. Entretanto, para sua surpresa, a presidenta passou a enfrentar resistência de
parlamentares de oposição e até mesmo alguns da base do Governo que são ligados às empresas geradoras de eletricidade, a maioria
empresas estatais sob a administração de governadores do PSDB, conduta de típicos tucanos neoliberais
que não causa nenhuma surpresa.
Os empresários da
indústria, os que mais abriam a boca por causas dos custos da energia e os
maiores beneficiados pelo marco regulatório do
governo, malandramente ficaram
quietos, diferente do que fizeram na época da CPMF, quando foram até a
Praça da Sé e montaram um circo para que o Congresso não a prorrogasse, o
que causou sérios prejuízos no que é concernente
à arrecadação do
SUS.
Com a pressão da presidenta trabalhista, eles resolveram se mexer, porque ficariam muito mal na fita
perante a categoria empresarial, o povo brasileiro, além de terem sido duramente questionados pelo
Governo. Contudo,
nada a estranhar,
grandes empresários formam uma classe corporativa, de perfil neoliberal, e nem sempre o que apregoam reflete a verdade de suas
intenções.
Gouveia reclamava do preço da energia, calou-se e agora apoia o Governo. |
Skaff é deputado pelo PSB, mas, evidentemente,
tal homem de negócios não é socialista. Está no PSB por
questões de espaço ou porque achou charmoso ser um grande empresário e ser filiado a um partido
cuja sigla tem a palavra "socialista". Quando
Paulo Skaf foi candidato ao governo de São Paulo em 2010, ele apresentou a
seguinte proposta digna de um neoliberal: cobrança de mensalidade nas universidades públicas, além de outras propostas que nem vale à pena
citar.
Não se até que
ponto e os motivos pelos quais os dois
principais dirigentes da poderosa indústria brasileira quase recuaram. Os
acionistas das companhias transmissoras de energia elétrica são poderosos, muito ricos, estrangeiros e brasileiros, que não tem compromisso com o
Brasil por serem rentistas. A mesma coisa acontece com a telefonia e a banda
larga.
A verdade é que
os governos tucanos de FHC — o Neoliberal — jamais deveriam alienar bens públicos e estratégicos para o País,
como o fizeram com a Eletrobras e a Vale do Rio Doce. Deu no que deu: tarifas altíssimas, decumprimento
de contratos, liderança de reclamações nos
Procons e a negativa de disseminar a telefonia e
a banda larga por
todos os rincões do Brasil.
Por seu turno, o presidente da Fiesp e o da
Firjan resolveram aderir as ações do Governo Federal, bem como já deram início à
campanha para que os preços da energia caem, tanto no âmbito doméstico quanto no
empresarial — industrial. É por intermédio da observação atenta que passamos a
conhecer aqueles são lobos e usam peles de ovelhas. Pelo menos eles reformulam
suas ações até então muito questionadas. Antes tarde do que nunca. É isso
aí.
Dilma quer fortalecer a
economia do País. Aécio defende o bolso de acionistas. |
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