Este final de semana foi especialmente reflexivo para
analistas financeiros. Após quatro sucessivas revisões – para baixo –
nas expectativas de crescimento da economia nacional, esta segunda-feira
(2) amanheceu sob a luz de um certo otimismo. Há uma semana, as
instituições financeiras consultadas pelo Boletim Focus, do Banco
Central, apostavam em um crescimento econômico de 2,2% em 2013 – hoje a
média esperada é de um crescimento de 2,32%.
A divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo
trimestre, na última sexta-feira (30), serviu para mostrar – mais uma
vez – quão frequente é o descompasso entre as previsões de economistas e
o ritmo da economia. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), o PIB do Pais cresceu 1,5% no segundo trimestre.
Bancos, consultorias e corretoras previam números muito
mais tímidos. É o caso da Tendências, que esperava 0,7% de crescimento. A
economista da consultoria, Alessandra Ribeiro, lembra que o PIB do
agronegócio foi sua principal surpresa. “São números muito difíceis de
monitorar, então o PIB agro sempre nos surpreende, tanto para cima
quanto para baixo”, diz.
Em sua revisão de projeções, o ajuste anual foi para cima
– ela agora espera 2,4% de crescimento em 2013, 0,3 ponto percentual a
mais. Para 2014, Alessandra passou suas projeções de 2% para 2,1%, já
impactados pela parada típica dos anos eleitorais. “Algumas concessões,
por exemplo, devem sair, mesmo diante de uma suspensão temporária das
decisões pesadas de investimentos.” A economista vai na contramão do
Focus – que trouxe uma revisão para baixo de 2,4% para 2,3% na previsão
de crescimento.
A Austin Rating também fez uma previsão mais
conservadora para o segundo trimestre: crescimento de 0,8%. Embora tenha
ficado muito abaixo dos 1,5% registrados, Alex Agostini,
economista-chefe da Austin Rating, afirma que a instituição estava entre
os mais otimistas. Estava, porque agora fizeram novo ajuste – e para
baixo. Ele explica que o segundo trimestre foi “anabolizado” por uma
ação direta do governo, com desonerações e subsídios de crédito. “Agora
sem esses elementos vamos ver uma economia mais fraca”, diz.
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