Nova trajetória da inflação enterra discurso alarmista da 'turma do tomate'
Cinco meses após a polêmica alta do preço do hortifruti, IPCA caminha em direção ao centro da meta de 2013 definida pelo Banco Central e põe fim ao descontrole inflacionário
Em março deste ano, o Brasil ganhou uma nova paixão
nacional: o tomate. No noticiário, na televisão, nas redes sociais e em
todo lugar lá estava o fruto vermelho apontado como uma espécie de mártir da economia nacional
. O mal-estar com alta dos preços tomou conta da economia brasileira e
houve quem apostasse que o governo se veria obrigado a tomar medidas
drásticas para forçar a inflação, ao menos, em direção à meta de 2013,
fixada em 4,5% pelo Banco Central.
O polêmico fruto liderou a alta dos preços nos alimentos, com um reajuste médio de 60%, e virou também o bode espiatório de uma inflação supostamente fora do controle. Em artigo publicado na imprensa em abril, o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luiz Carlos Mendonça de Barros, chegou a cobrar uma solução capaz de dar jeito na “situação limite e perigosa” da inflação abril – ainda que tenha destacado como “rudimentar” o debate proposto “pelos dois lados do espectro ideológico que domina o debate econômico”.
Na televisão, Ana Maria Braga em seu programa Mais Você apareceu fantasiada com um colar de tomates , que seriam “jóias”, dado o alto preço do produto. Na internet pipocaram centenas de campanhas bem humoradas que trouxeram a tona o debate. Enfim, o País inteiro estava discutindo economia – e, em sua maioria, discutindo preços supostamente “descontrolados”.
Na manhã da última sexta-feira (6), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o caminho que está sendo desenhado pode ser bem diferente da catástrofe anunciada no primeiro trimestre. Mesmo com a leve aceleração de 0,24% nos preços , os números do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostram mais uma âncora sob o índice de inflação oficial. No acumulado dos 12 meses, o índice formou alta de 6,09% nos preços – inferior aos 6,27% acumulados em julho e aos 6,7% apontados em junho.
O polêmico fruto liderou a alta dos preços nos alimentos, com um reajuste médio de 60%, e virou também o bode espiatório de uma inflação supostamente fora do controle. Em artigo publicado na imprensa em abril, o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luiz Carlos Mendonça de Barros, chegou a cobrar uma solução capaz de dar jeito na “situação limite e perigosa” da inflação abril – ainda que tenha destacado como “rudimentar” o debate proposto “pelos dois lados do espectro ideológico que domina o debate econômico”.
Na televisão, Ana Maria Braga em seu programa Mais Você apareceu fantasiada com um colar de tomates , que seriam “jóias”, dado o alto preço do produto. Na internet pipocaram centenas de campanhas bem humoradas que trouxeram a tona o debate. Enfim, o País inteiro estava discutindo economia – e, em sua maioria, discutindo preços supostamente “descontrolados”.
Na manhã da última sexta-feira (6), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o caminho que está sendo desenhado pode ser bem diferente da catástrofe anunciada no primeiro trimestre. Mesmo com a leve aceleração de 0,24% nos preços , os números do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostram mais uma âncora sob o índice de inflação oficial. No acumulado dos 12 meses, o índice formou alta de 6,09% nos preços – inferior aos 6,27% acumulados em julho e aos 6,7% apontados em junho.
Com análises baseadas no retrospecto de 12
meses, a distância entre a leitura do mercado e os reais números de
inflação acaba ficando maior. O economista João Sicsú, professor da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), lembra que as metas
definidas pelo Banco Central valem para o período que compreende entre
janeiro dezembro – e não os últimos 12 meses. O traço de tendência acaba
desconsiderado, dando espaço para uma análise mais retrospectiva que de
fato projetiva. “A meta só é estourada ou cumprida em 31 de dezembro.
Até lá, o que se tem é especulação”, diz. “Não há motivo para
alarmismo.”
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