E o trecho que foi eliminado do original
Cada vez
mais acontecem coisas estranhas neste caso do vazamento de petróleo no
poço da Chevron no Campo de Frade, ao largo do litoral do Rio de
Janeiro.
Ontem à noite o Jornal Nacional da Rede Globo publicou uma extensa matéria sobre o assunto.
Ouviu o
delegado Fabio Scliar, titular da Delegacia de Meio Ambiente da Polícia
Federal, dizendo que investiga a possibilidade de que tenha havido erro
na perfuração.
Ouviu o
geógrafo John Amos, da SkyTruth, que revelou – como antecipou anteontem
este Tijolaço – que o vazamento podia ser dez vezes maior que o
anunciado, e cobria uma área maior que o município do Rio de Janeiro.
Contava que a
empresa responsável pela perfuração da Chevron, a Transocean, era a
mesma que perfurava o poço que causou o acidente no Golfo do México.
A matéria
terminava com um sobrevôo da área, em um avião da Chevron, na companhia
do diretor de meio-ambiente da empresa, que não quis gravar entrevista,
mas disse ao reporter que a quantidade de óleo que vazava “era muito
pequena”.
Corretamente, ao final, a apresentadora registrava que o vôo era uma cortesia da Chevron com a emissora.
Estranhamente, porém, a matéria que foi colocada no site do Jornal Nacional foi cortada.
Na verdade, decepada.
Dos quatro minutos originais, ficaram dois.
O delegado, o ambientalista, a foto de satélite com a mancha e a comparação com a área do Rio de Janeiro foram para o lixo.
Não dá para
entender o que aconteceu. Não pode ser o tamanho do vídeo, porque a
reportagem sobre o depoimento de Lupi teve quatro minutos e está lá, na
íntegra.
Será que
“alguém” se distraiu e só viu a matéria depois de ir ao ar? E aí,
furioso, mandou cortar os hereges que ousaram colocar um delegado e um
ambientalista dizendo que uma petroleira americana pode ter culpa no
cartório por um grande desastre ambiental.
Por sorte, a
gente estava gravando o JN com uma camêra manual, e coloca aí em cima
os dois vídeos. O “decepado” e o trecho que foi retirado dele na página
do Jornal Nacional.
Confesso que
depois destes oitodias de loucura, tentando aprurar informações não
saíam em lugar nenhum e que agora se confirmaram, já tinha pensado em
descansar depois da edição do JN, achando que, agora, o jornalismo ia
fazer o seu papel. Como o nosso vídeo tinha qualidade infereior, por ter
sido gravado numa câmera domestica, sem tripé e de uma tv, resolvi
esperar o “oficial”.
E aí o “oficial” era uma versãomutilada, onde ficava só a versão da petroleira.
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