Amigo e braço direito de José Serra está preso em Natal
Serra/Kassab, com a Controlar, substitui Arruda na coleta de grana púiblica para o DEM. Agora, é a caixinha bilionaria do PSD
Uma
notícia que não foi manchete nos jornais e nem destaque no Jornal
Nacional, é a da prisão de um amigo do ex governador de São Paulo, José
Serra (PSDB), o João Faustino Ferreira Neto (PSDB),ex-senador e atual
suplente de senador Agripino Maia (DEM-RN).
A notícia que a imprensa paulista “esqueceu” de publicar foi manchete no site "Brasil 247"
Homem forte de José Serra está preso em Natal
Enquanto a imprensa nacional acompanha os desdobramentos da ação deflagrada pelo Ministério Público Federal que bloqueou os bens do prefeito Gilberto Kassab, em razão de um contrato supostamente fraudulento na área de inspeção veicular, uma ação paralela – e muito mais explosiva – foi deflagrada simultaneamente no Rio Grande do Norte.
Nela, foram expedidos 14 mandados de prisão na última quinta-feira. Um dos presos na operação "Farol Fechado" é João Faustino Neto (PSDB), suplente do senador Agripino Maia (DEM-RN)
e uma figura muito, mas muito próxima do ex-presidenciável tucano José
Serra. Enquanto Serra foi governador de São Paulo, Faustino despachava
no Palácio dos Bandeirantes, como subchefe da Casa Civil, sendo
diretamente subordinado ao então chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes
Ferreira, que hoje é senador. Quando Serra se tornou presidenciável,
João Faustino passou a coordenar as atividades da campanha – inclusive a
arrecadação de recursos – fora de São Paulo. O que Paulo Vieira de
Souza, conhecido como Paulo Preto, fazia em São Paulo, João Faustino
fazia em outros estados.
Uma nota publicada neste sábado na coluna Painel,
da Folha de S. Paulo, revela que Serra trabalhou intensamente para que
João Faustino fosse escolhido como suplente na chapa de Agripino Maia.
Serra e Faustino são tão próximos que o político potiguar conseguiu até
nomear pessoas da sua mais estrita confiança em cargos comissionados no
governo de São Paulo.
As operações do MP em São Paulo e
da Polícia Civil, no Rio Grande do Norte, aconteceram de forma
absolutamente coordenada. Se, na capital paulista, o MP conseguiu
bloquear os bens do prefeito Gilberto Kassab, dando repercussão nacional
ao fato, em Natal é que foi desferido o golpe mortal.
Negócio da China
Nas duas cidades, o caso
investigado diz respeito à inspeção veicular, num esquema que teria sido
criado pela empresa Controlar, do empreiteiro Carlos Suarez, ex-dono da
OAS. Em São Paulo, a Controlar teria fechado negócio na gestão Celso
Pitta, mas o contrato só foi validado, 12 anos depois por Kassab. Assim,
Suarez conseguiu vender a empresa para a CCR, das empreiteiras Camargo
Corrêa e Andrade Gutierrez. Na transação, segundo o MP, Suarez teria
lucrado R$ 170 milhões. Em Natal, por sua vez, o contrato de inspeção
veicular, também feito de forma irregular, renderia R$ 1 bilhão aos
empreiteiros durante o prazo de concessão.
Não será surpresa se, nos
próximos dias, as duas ações – a de São Paulo e a de Natal – se
aproximarem mais e mais do ex-governador e ex-presidenciável tucano,
José Serra.
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